Montag, porém, parece estar a despertar...
sábado, 21 de maio de 2011
Fahrenheit 451 - 1ª parte - A fornalha e a salamandra: Sonho, suicídio e despertar
Montag, porém, parece estar a despertar...
sexta-feira, 20 de maio de 2011
"Cada um faz deste livro o que quer..."
Vamos perceber nas palavras de Jorge Araújo o que é o seu livro...a história que tomou conta da sua cabeça...cada vez que a sua princesa o beijava dizia Beija-Mim...
A Galáxia de Bill Gates
O jornalista já não é filho de Homero nem de Fernão Lopes, é, hoje, pura e simplesmente, filho do Bill Gates...?
Este livro colhe a opinião diversa de importantes figuras da vida política, jornalística e cultural portuguesa, tais como Agustina Bessa-Luís, Eduardo Lourenço, Fernando Rosas, Mário Mesquita e Mário Soares. Artur Portela coloca questões centrais sobre o que é hoje o jornalismo.
Artur Portela - Biografia
O Cromo lança uma Caderneta :)
Esta "Caderneta de Cromos" é um bom exemplo do valor deste grande humorista, assim como a sua capacidade nata de se rir de si próprio.
Fahrenheit 451, metáfora para o salazarismo obscurantista?
A leitura dos portugueses, como povo, também difere das dos leitores de outros países, na exacta medida em que as suas experiências colectivas são distintas das nossas. Para além de que – excepção feita aos intelectuais poliglotas puristas (a designação não encerra nenhuma crítica, bem pelo contrário) que lêem os livros na versão e língua originais – a própria tradução das obras para as línguas nativas dos leitores de diferentes países contribui para uma diferenciação significativa da mensagem. Neste caso, é da mais elementar justiça referir que a tradução de «Fahrenheit 451» que escolhi foi realizada por Mário Henrique Leiria. Adiante.
“Fahrenheit 451” é um livro, pequeno em dimensão, que aborda uma questão maior na experiência portuguesa: a da censura e do domínio sobre o povo pela proibição da instrução e promoção do entretenimento fácil. Mesmo sem recuar aos tenebrosos tempos da Inquisição ou do Santo (?) Ofício (quando em 1539, o irmão mais novo do rei D. João III, cardeal D. Henrique, foi nomeado inquisidor-geral do Tribunal do Santo Ofício, os livros que não caíam nas suas boas graças, de “Os Lusíadas”, de Luís de Camões, até “A Peregrinação”, de Fernão Mendes Pinto, podiam resultar em penas pesadas aos seus autores, editores e leitores), é possível encontrar, na nossa História recente, um paralelismo com o tema central de “Fahrenheit 451”. No período do chamado Estado Novo e do regime salazarista, um Portugal analfabeto era «alimentado» com a trilogia “Fado, futebol e Fátima”, que outros reduziram à expressão “pão e circo”.
Alexandre Herculano escreveu sobre o assunto:
"Onde quer que apareça a censura, onde quer que se aninhe esta irmã gémea da Inquisição, há uma quebra nos foros da independência do homem, há uma insolência do passado contra a dignidade social da geração presente. Seja para o que for, a censura é um impossível político."
"A censura, numa prática constante e presente através da cultura portuguesa, como dado negativo que é, contribuiu para forjar nossa maneira de ser e de estar no mundo, modelou comportamentos, estabeleceu preconceitos que vêm preocupando historiadores da cultura..."
Um dos últimos relatórios da actividade da Comissão de Censura, referente a Janeiro de 1974, indica quase centena e meia de títulos retirados do mercado em apenas um mês. Segundo afirmou, em 1984, a Comissão do Livro Negro do Fascismo, foram proibidas durante o regime Salazar/Caetano cerca de 3300 obras.
Felizmente, como em “Fahrenheit 451”, em Portugal há, nas palavras imortalizadas por Zeca Afonso, “há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não”. No livro de Ray Bradbury, como no Portugal cinzento de Salazar, houve quem desafiasse as ordens e lesse, e falasse sobre o que leu, e pensasse. E o pensamento, que a literatura estimula como nenhuma outra arte (na minha modesta e assumidamente suspeita opinião), vence sempre a ignorância, por mais armada.
quinta-feira, 19 de maio de 2011
O "Livro" no Youtube!
Estorvo
A excelente capacidade narrativa e poética de Chico Buarque ultrapassa o campo da música. Os livros de Chico Buarque dão-nos momentos de prazer impressionantes. Vejam só este excerto.
“(…) Como não conheço ninguém, tenho liberdade para contornar as mesas e emendar fragmentos de discursos, discussões, gargalhadas. Outras pessoas reúnem-se de pé na extensão do gramado, formando uma sequência de círculos. Posso observar como se comporta um círculo, como se fecha, como se abre, como um círculo se incorpora a outros. Vejo circunferências que se dilatam exageradamente, até que se rompem feito bolhas e dão vida a novas rodas de conversa. Vejo rodas sonolentas, que permanecem rodas pela geometria, não pelo assunto. Tento acompanhar assuntos que saem de uma roda para animar a outra, e a outra, e a outra, como uma engrenagem. Há instantes em que a festa inteira parece combinar uma pausa, e ouve-se então um acorde da orquestra que toca músicas dançantes no interior da casa.” Chico Buarque – Estorvo
Nuno Markl - O verdadeiro cromo!
Um pouco sobre Jorge Araújo...
Em Portugal, conseguiu o seu objectivo principal, o de fazer reportagem. Trabalhou para o Independente, para o Já, para a TVI, para o Correio da Manhã, tendo também passado longos períodos em Londres, ao serviço da BBC. Actualmente, é editor do Actual, caderno do semanário Expresso. Com a Alêtheia, publicou em 2007 o romance O Dia em que a Noite se Perdeu, sendo igualmente autor dos textos Comandante Hussi ou Nem tudo começa com um beijo.
O que pensa o autor sobre a sua obra?
“É um livro sobre a importância dos pequenos nadas. Mas está longe de ser exclusivamente uma obra para o público juvenil. Aliás as críticas que tenho recebido vêm mais da parte dos adultos que já o leram. Cada pessoa pode fazer a leitura que bem entender. O livro fala não só desse primeiro beijo, mas também de pessoas que vivem e se cruzam em bairros, ou no elevador do prédio, e que não se conhecem. É um livro sobre essa solidão. É esse tipo de coisas que me interessa explorar”, diz o autor.
Pequenos nadas que, em minha opinião, se vão transformar em "muitos tudo"...
Beija-Mim
O jornalista e escritor Jorge Araújo andava às voltas com o último capítulo de um romance quando percebeu que havia uma frases e um nome que não lhe saíam da cabeça. Abandonou o projecto que tinha em mãos e partiu para um novo livro. Assim nasceu "Beija-Mim".
“Costumo dizer que este livro é como aqueles filhos não programados. Estava a escrever o último capítulo de um romance muito denso, mas nada me saía. Pensei que, o melhor, seria escrever qualquer outra coisa para ganhar embalagem e atacar essas últimas páginas que faltava escrever. Foi então que me surgiram umas frases: “Benjamim foi quem chegou primeiro. Como era muito franzino chegava até antes do seu pensamento”. Andei com isto na cabeça durante muito tempo até que decidi completar o raciocínio. E assim surgiu o primeiro parágrafo. Quando parti o nome - Benjamim - é que a ideia para a história nasceu. Antes não fazia a menor ideia do que iria escrever com aquelas frases iniciais”, conta o autor.
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Cultura/Interior.aspx?content_id=1611124
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Um americano no mundo
Ray Douglas Bradbury (Waukegan, 22 de Agosto de 1920) é um escritor de contos de ficção-científica norte-americano de ascendência sueca. Bradbury é mais conhecido pelas suas obras The Martian Chronicles (Crónicas Marcianas) (1950) e sobretudo Fahrenheit 451 (1953), que 13 anos mais tarde seria trasnposto para o cinema por François Truffaut.
A escrita de Bradbury é peculiar: depois de lidas, as suas palavras não são esquecidas. Em reconhecimento da sua actividade, e do impacto que teve em tantos ao longo de tantos anos, Bradbury recebeu o National Book Award em 2000.
Biografia Chico Buarque
Francisco Buarque de Hollanda nasceu no Rio de Janeiro, em 19 de Junho de 1944, mais conhecido como Chico Buarque ou ainda Chico Buarque de Hollanda, é um músico, dramaturgo e escritor brasileiro. Filho do historiador Sérgio Buarque de Hollanda, iniciou sua carreira na década de 1960, destacando-se em 1966, quando venceu, com a canção A Banda, o festival de música popular brasileira. Socialista declarado, auto exilou-se na Itália em 1969, devido à crescente repressão da ditadura militar no Brasil, tornando-se, ao voltar, em 1970, um dos artistas mais activos na crítica política e na luta pela democratização do Brasil. Na carreira literária, foi ganhador de três prémios Jabuti: melhor romance em 1992 com Estorvo, além do Livro do Ano, tanto pelo livro Budapeste, lançado em 2004, como por Leite derramado, em 2010.
terça-feira, 17 de maio de 2011
Chico Buaque
Chico Buarque de Hollanda, um dos maiores nomes da música brasileira, é um dos artistas mais representativos de sua geração: letrista genial, compositor talentoso, enveredou também pela literatura, com sucesso. O seu talento é inegável, bem como a marca que já deixou na cultura brasileira.
Do sensível poeta-menino da era dos festivais, ao escritor maduro de Estorvo, Benjamin, e Budapeste, do ligado poeta-cronista urbano de “Construção” ao seu heterônimo Julinho da Adelaide que conseguiu burlar a Censura da ditadura militar, este é Francisco Buarque de Hollanda, o tímido de olhos de ardósia que encantou e encanta gerações.